Eu estava sozinha a olhar a lua,
Passei a noite a presenciar a sua beleza,
Por breves instantes, a lua reflectia a minha alma:
Só, vaga, solitária, nua…
Eu sentia-me assim…
Tal vez fosse da idade a pureza,
A simplicidade de colocar o mundo na minha palma,
Olhando a noite vazia e calma.
A noite, essa, essa mesmo…transforma-me,
Talvez seja um 2º eu dentro de mim…
Ele devora-me,
Consome os meus pensamentos até mais não,
E porquê? Porquê? Só porque não ouço o coração?
Só porque dou lugar de honra à lógica e à razão?
Porque transformo a vida numa reles equação,
Que por mais que tente, tem sempre a mesma solução?
Porquê 2º eu? Porquê?
Porque é que me deixas ser uma pessoa durante o dia,
E me transformas numa simples formiga?
Sim, FORMIGA, sim!
Aquela que é pisada, estrangulada e morta,
Sim, aquela que por muito que queira vai ser sempre assim…
Assim, assim mesmo,
Concebida para ser morta,
Morta por aquelas pessoas que se julgam superiores,
Mas que não valem o chão que pisam…
Agora vejo-te, lua…
Admiro-te por estares aí em cima,
Quero ir ter contigo,
Em vez ter dois “eus”, tendo um que me atormenta,
Ter, sim, quatro lindas formas como tu,
Sei que também sofreste…vejo-o nas tuas crateras,
Mas, agora, descansas aí no alto,
Onde ninguém te pisa e todos te adoram…
Quero ir ter contigo…
Quero ser como tu…
"Quem não se envolve, não se desenvolve!"
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