"Quem não se envolve, não se desenvolve!"

sábado, 26 de julho de 2008

O tempo, o mundo e os meus olhos

Tirou o tempo a timidez
e a ingenuidade aos dizeres.
Veio ele de uma só vez
dar-nos a perversidade e delinquência dos fazeres.
Viu o simples e organizou-o em complexo,
fez da nossa vida um compêndio sem nexo.
A pureza que se via,
Já se não vê.
Desapareceu a luz do dia
Resta apenas a ostra da fé.
Reza o justo,
Ganha o pecador,
Que é sombra de arbusto
e guarnição de dor.
E da malícia que já existia,
o mundo proliferou
Onde parará esta porcaria?
Nos braços de quem a começou?
Não raras vezes pensamos
Que a nós mesmos nos assustamos,
mas se não for a nossa coragem
não conseguiremos seguir viagem,
Nesta velha carruagem
que sonha, um dia, ser miragem,
mas que tomba sem ver
que o seu cerne está a apodrecer.

Um comentário:

cαтια. disse...

Tens toda a razão. Como sempre, fizeste-me pensar. =)
Gostei imenso deste poema.
Um beijinho, Bá*