O exterior. A morte da beleza original.

Mulher bela que passa na rua,
É mirada.
Homem comum a olha e quer ver nua
Em sua morada.

Mulher feia que passa na rua,
é gozada.
Homem vê, não quer e não pensa em sua
alma cravejada.

Mulher que trata do exterior seu,
É, apenas, por ele valorizada.
Homem vê, não pensa e não sente o véu,
De bonita, por demais, aura intelectualizada.

Mulher de intelecto e pouca maquilhagem
É fardo de pasto...manda p'ra lavagem!
Homem vê, não pensa e não sente mais do que dela a imagem.
Homem se baba e se rola na bela miragem.

Mulher bela que apaixona, brinca e trata,
Não é tratada pelo que de mente vale,
mas pelo que de atributos pesa.
Ela chora...farta,
Espera que sensibilidade de Homem, o choro cale
E, que, braços e força de Homem venham em sua defesa.
Mulher que gosta perde linguagem,
Homem que gosta, come-lhe a imagem,
Gostam os dois de belezas nela e dela diferentes.
Ela é bela,
mas ela não é ela.